Buraco espacial intriga cientistas
O que se imaginava ser uma nuvem escura e fria na constelação de Órion na verdade é um “vazio” espacial
Um telescópio europeu em órbita encontrou algo inusitado enquanto procurava por estrelas jovens: um verdadeiro buraco espacial.
Ele fica na nebulosa NGC 1999, uma nuvem brilhante de gás e poeira na constelação de Órion. A nebulosa brilha com a luz de uma estrela próxima. O telescópio Hubble a fotografou pela primeira vez em dezembro de 1999. Na época, presumiu-se que um ponto escuro da nuvem era uma bolha mais fria de gás e poeira, que de tão densa bloquearia a passagem da luz.
Mas novas imagens do observatório Herschel, da Agência Espacial Europeia, mostram que a “bolha” na verdade é um espaço vazio. Isso porque o observatório capta imagens infravermelhas, o que permite que o telescópio veja além da poeira mais densa e enxergue os objetos dentro da nebulosa. Mas até mesmo ao Herschel, o ponto estava preto.
Os astrônomos acreditam que o buraco, medindo 0,2 anos-luz, foi feito pelo processo tumultuoso de nascimento de uma estrela embrionária vizinha, chamada V380 Ori. Esta proto-estrela já é 3,5 vezes o tamanho do Sol. O time que fez a descoberta acredita que a V380 Ori está sinalizando sua quase maturidade ao projetar rapidamente colunas de gás de seus pólos, que estão destruindo qualquer material remanescente da formação da estrela.
“Achamos que a estrela está lançando um jato na velocidade de centenas de quilômetros por segundo, e é ele que está causando o ‘buraco’ na nuvem vizinha,” disse Tom Megeath, que coordenou a pesquisa pela University of Toledo, em Ohio, nos Estados Unidos. “Essencialmente, esses jatos de gás estão sendo projetados e eles acabam com todo o gás e poeira.”
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