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Chip em uniforme controla frequência de alunos às aulas

Reforço tecnológico, no interior da Bahia, registra chegada e saída de alunos e manda mensagem de texto para o celular dos pais
O esforço de pais e de escolas para evitar que os alunos faltem às aulas ganhou um reforço tecnológico, no interior da Bahia.
Era uma das preocupações da dona de casa Sidilane Lopes: ter certeza de que David estava mesmo frequentando as aulas. “Muitas vezes fiquei sabendo que ele fugiu da escola, foi para casa de amigos, brincar na rua”, conta.
Agora David não tem como escapar. Quando ele e os colegas entram na escola, um sensor eletrônico registra a chegada. Imediatamente uma mensagem de texto vai para o celular dos pais. A novidade está no uniforme fornecido pela prefeitura. Ele tem um chip que manda para o computador da escola o nome e o número do cadastro do aluno.
“Ele pode ser torcido, lavado. Pode passar ferro que ele não se deteriora”, explica o analista de sistemas Ronaldo Costa.
Não dá para perceber, o chip fica embutido no tecido da camisa.
“Eu gostei, porque minha mãe vai saber que eu estou na escola, que eu não estou aprontando”, opina Janaína, de 12 anos.
David, de 11 anos, diz que ficou mais responsável. “Agora é meter a cara no livro e estudar, porque não tem mais jeito de fugir da escola”, diz.
E quando as aulas terminam, mais um aviso no celular: informando a saída da escola.
“Eu conto uns 20 minutos, que é o tempo que ele gasta para chegar em casa. Se passar disso, já fico preocupada”, ressalta Sidilane.
Por enquanto, o uniforme inteligente, como está sendo chamado, funciona em uma escola da cidade. As outras ainda estão sendo preparadas.
A ideia é implantar essa tecnologia em toda a rede municipal de ensino. São 203 escolas, mais de 42 mil alunos. Com isso, o município pretende resolver um dos problemas da educação: a evasão escolar, que em Vitória da Conquista chega a 35%.
Para o pedagogo Claudio Nunes, especialista em educação fundamental, o controle eletrônico ajuda, mas não resolve todos os problemas.
“Educação de qualidade significa qualificação dos professores, estrutura física adequada, instrumento didáticos pedagógicos favoráveis ao ensino. Então há também uma contrapartida da própria escola em parceria com a famíla”, ressalta o especialista.
Na última avaliação do MEC feita nas cidades com mais de 200 mil habitantes para medir o índice de desenvolvimento da educação básica, Vitória da Conquista recebeu a nota mais baixa do país entre as redes municipais de ensino.
Segundo a prefeitura de Vitória da Conquista, a implantação dos chips nos uniformes de todas as escolas municipais vai custar R$1,2 milhão.