POR UM PLANETA CONSCIENTE E VIVO


cela especial


A prisão de cada um

O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista gaúcha Red 32 disse que o máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver. 

Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, 
mas é impossível refutá-la. A liberdade é uma abstração.

Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim,
nudez total, nenhum comportamento para vestir.

No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua
sem um crachá de identificação pendurado no pescoço.

Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura.

São cativeiros bem mais agradáveis do que o Carandiru: 
podemos pegar sol, ler livros, receber amigos, comer bons pratos, 
uvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão, só que temos que advogar em causa própria e hábeas corpus, nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão.

E a maternidade, a pena máxima.

Um emprego que rende um gordo salário trancafia você,
o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos.

O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia. 

Tudo que lhe dá segurança ao mesmo tempo lhe escraviza.

Viver sem laços igualmente pode nos reter.

Uma vida mundana, sem dependentes para sustentar, 
o céu como limite: prisão também. 

Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar
a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres  aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória.

Nós é que decidimos quando seremos capturados
e para onde seremos levados. 

É uma opção consciente.

Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório
ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós - nascer - foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria e exclusão.

Brindemos: temos todos, cela especial.

de Martha Medeiros 

é bom saber


lua quase cheia

Eclipse Lunar Penumbral de 25 de Maio de 2013. Apesar da lua atravessar uma parte mínima da penumbra da Terra, a impressão visual será praticamente a de uma Lua Cheia.
Crédito da imagem: “Eclipse Predictions by Fred Espenak , NASA/GSFC " , disponível em http://eclipse.gsfc.nasa.gov/OH/OH2013.html.

pra todo mundo

pro Sol e pra mim

pra Lua e pra voce

bateria instantanea

Americana de 18 anos cria bateria que recarrega em 20 segundos.
Eesha Khare ganhou R$ 100 mil em feira de ciência e engenharia por ter desenvolvido um novo tipo de sistema de armazenamento de energia.



Com apenas 18 anos, a jovem americana Eesha Khare conseguiu desenvolver um novo sistema de armazenamento de energia que permite um recarregamento completo num período entre 20 e 30 segundos.

A tecnologia é importante porque pode abrir caminho para a fabricação de celulares com baterias recarregáveis rapidamente, evitando um dos maiores transtornos em relação a esses aparelhos na atualidade. 


Além de recarregar em segundos, o sistema de armazenamento de Eesha Khare pode manter uma grande quantidade de energia num pequeno espaço e conservar essa energia por um longo período.

A invenção rendeu a Eesha o prêmio de US$ 50 mil (cerca de R$ 100 mil) da Fundação para Jovens Cientistas na Feira Internacional de Ciência e Engenharia da Intel, realizada nos Estados Unidos.

Durabilidade 
O sistema tem uma durabilidade de 10 mil ciclos de carga e recarga, mais do que baterias normais conseguem suportar.

"A bateria do meu celular sempre morre", disse Eesha a emissora de TV americana NBC, sobre a fonte de inspiração para a sua invenção.

Ela explicou que foi justamente a evolução dos celulares a fizeram se interessar pela nanoquímica.

Até agora a tecnologia só foi testada para acender uma lâmpada de LED, mas Aashe quer agora adaptá-la para uso em celulares e outros aparelhos portáteis.

Outra possível aplicação futura seria em veículos elétricos, nos quais a tecnologia garantiria a eles mais autonomia entre reabastecimentos.
fonte:BBC


atenção

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?                               
Marilyn Wedge, Ph.D


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 Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam oDiagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L'Enfant et de L'Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a "patologizar" muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre- que significa "matriz" ou "estrutura". Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra "não" resgata as crianças da "tirania de seus próprios desejos". E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

beleza pura




O Crisântemo é uma planta com flor que é muito popular no continente Asiático, sendo esse o seu país de origem. Pelo que se sabe, a China já cultiva esta planta à mais de 2000 anos, daí esta afirmação sobre a sua real origem.

E é na China que o Crisântemo é uma planta nobre. A tradução de “crisântemo” em Grego é “flor-de-ouro”. Depois da China, o Japão ganhou interesse na flor e até se tornou um ícone nesse país. Eles acreditavam que ao meterem uma pétala desta magnífica flor sobre um copo de vinho traria saúde e prosperidade.



É difícil descrever o crisântemo em poucas palavra, já que existem centenas e centenas de variedades diferentes por todo o mundo atualmente. Hoje em dia qualquer pessoa pode ter o seu pequeno jardim de crisântemos facilmente. É uma planta de adora a luz solar, mas nunca se deve expô-la diretamente ao sol.









porconha




O pecuarista William von Schneidau diz ter a receita para se obter carne de porco de melhor qualidade: ele mistura maconha à ração que ele dá aos suínos do seu rancho. William garante que assim a carne fica mais saborosa. Ele vende carne de porco em uma feira de Seattle (Washington, EUA). 

De acordo com o americano, a maconha adiciona fibra à dieta dos porcos, deixando a carne deliciosa. 

Mas o pecuarista faz um alerta: comer a carne de porco "aditivada" do seu rancho não produz qualquer efeito que a maconha normalmente pode provocar


Nem todos os mamíferos têm receptores capazes de processar substâncias presentes na maconha. Os porcos os têm. Segundo o "Huffington Post", suínos alimentados com maconha podem mesmo ficar com a carne mais macia.

Recentemente, um referendo legalizou o uso recreativo da maconha no estado de Washington.
pagenotfound

pena de morte




Caros amigos,



Este é o último lugar do mundo onde orangotangos, tigres, rinocerontes e elefantes ameaçados de extinção ainda podem circular livremente. Mas empresas mineradoras e o agronegócio querem deixar a floresta em pedaços. Se um milhão de pessoas exigirem que o presidente da Indonésia mantenha as serras elétricas caladas nos próximos três dias, podemos salvar este precioso habitat. Assine agora:

Eu vivo e trabalho no último lugar do mundo onde orangotangos, tigres, rinocerontes e elefantes ameaçados de extinção ainda podem circular livremente -- mas tudo isso será despedaçado a não ser que o nosso presidente escute nossos clamores e salve este habitat único.

Nesse exato momento, em uma das florestas mais antigas e intocadas da Indonésia, um governador da região em que a floresta se situa quer permitir que empresas de mineração e óleo de palma entrem no local para dizimar áreas do tamanho de 1 milhão de campos de futebol! E parece que o Ministro das Florestas indonésio vai deixar que tal governador deixe isso acontecer, a menos que o Presidente dê um passo a frente e rejeite o plano para matar orangotangos.

Sabemos que o presidente indonésio quer ser visto como um protetor das florestas, mas precisamos dizer a ele que sua 'reputação verde', e suas aspirações de assumir um cargo na ONU, estão em risco. Somente assim poderemos garantir que ele faça a coisa certa. Precisamos agir rapidamente – assine a petição urgente e conte a todos sobre esse ameaça fatal à nossa majestosa floresta. Se um milhão de pessoas assinar essa petição nos próximos 3 dias, eu vou garantir que o presidente nos escute:

http://www.avaaz.org/po/the_plan_to_kill_orangutans_loc/?bblrXbb&v=24931

Eu conheço bem estas florestas -- trabalho como gerente de conservação natural aqui desde 2007 e recebi o prêmio Futuro para a Natureza 2013 pelo meu trabalho protegendo grandes mamíferos na ilha de Sumatra, especialmente rinocerontes. Este lugar possui a maior biodiversidade em toda a região do Pacífico Asiático e partes dele são classificadas como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Mas esse novo plano apoiado pelas mineradoras colocaria tudo isso em risco, além de ameaçar comunidades locais com deslizamentos de terra fatais e inundações súbitas! E se o habitat deles for destruído, isso poderia dizimar os últimos poucos orangotangos, tigres, elefantes e rinocerontes.

Há dois anos, o presidente criou uma força-tarefa nacional de combate ao desmatamento, além de ter assinado uma moratória de 2 anos da atividade madeireira após uma crise de desmatamento ter colocado a Indonésia nas capas de todos os jornais internacionais como um dos maiores emissores de CO2 do mundo. Felizmente, notícias recentes informaram que o presidente da Indonésia concordou em renovar a moratória esta semana, um seguro de vida para as várias espécies locais ameaçadas de extinção. No entanto, mesmo com a renovação desta moratória, o governador da região de Aceh ainda poderá reservar grandes áreas da floresta tropical para a atividade madeireira, a menos que o presidente intervenha. O presidente tem apenas mais um ano e meio de mandato, e algumas fontes dizem que ele espera sair do emprego atual para um cargo de alto escalão nas Nações Unidas. Queremos apenas que ele mantenha a sua palavra: "As florestas são tão importantes para mim ... perder nossas florestas tropicais constituiria o maior desastre nacional, global e planetário," declarou o nosso presidente em uma conferência recente com outros líderes mundiais.

Mega-empresas de exploração de óleo de palma adorariam, acima de tudo, poder arrancar essas árvores do solo e, recentemente, foi descoberto que a East Asia Minerals Corporation, empresa do Canadá, está trabalhando nos bastidores para fazer esse plano ser aprovado! Países como o meu têm o direito de se desenvolver, mas não às custas do nosso patrimônio cultural inestimável, e isso deveria beneficiar, não prejudicar, os indonésios.

Vamos dizer ao presidente que há uma solução simples -- acabar com esse plano de extermínio das florestas da Sumatra e prolongar a moratória da exploração de madeira. Assine agora e compartilhe com todo mundo -- nós não temos muito tempo antes que a proibição termine. Então, se você usa o Twitter, mande uma mensagem privada ao nosso presidente tuiteiro após assinar:

http://www.avaaz.org/po/the_plan_to_kill_orangutans_loc/?bblrXbb&v=24931

Como membro da Avaaz, tenho visto como esta comunidade pode se unir para proteger florestas e espécies ameaçadas, da Amazônia no Equador e no Brasil aos elefantes e rinocerontes ameaçados pela caça ilegal. Agora é a vez da Indonésia -- junte-se a nós para salvar esta floresta mágica join us in saving this magical forest.

Rudi Putra na Indonésia, com toda a equipe da Avaaz

PS.: Muitas campanhas da Avaaz são iniciadas por membros da nossa comunidade! Comece agora a sua e vença em qualquer tipo de questão - local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=24821


MAIS INFORMAÇÕES:

Indonésia Inclinada a Aprovar Plano de Desflorestamento em in Aceh (em inglês) (Jakarta Globe)
http://www.thejakartaglobe.com/nvironment/indonesia-moves-towards-approving-deforestation-plan-in-aceh/586752

Mineradora trabalhando junto ao governo indonésio para retirar status de de floresta como área protegida (em inglês) (The Guardian)
http://www.guardian.co.uk/environment/2013/apr/17/mining-indonesian-forest

Governo estende moratória à atividade madeireira à luz de protestos da indústria (em inglês) (Jakarta Post)
http://www.thejakartapost.com/news/2013/05/12/govt-extend-forestry-moratorium-over-business-objections-deputy-minister.html

Presidente Yudhoyono promete dedicar os próximos três anos à proteção das florestas da Indonésia (em inglês) (REDD monitor)
http://www.redd-monitor.org/2011/09/28/president-yudhoyono-promises-to-dedicate-the-next-three-years-to-protecting-indonesias-forests/

Cientistas Conservacionistas: o Plano Espacial de Aceh é um Risco para Florestas, Fauna e Pessoas (em inglês) (Mongabay)
http://news.mongabay.com/2013/0322-atbc-aceh-declaration.html

Florestas Tropicais da Indonésia estão Desaparecendo (em inglês)(Huffington Post)
http://www.huffingtonpost.com/dr-reese-halter/indonesias-protected-rain_b_2944815.html

Proposta de regulamentação de Aceh é um risco para florestas, afirmam ativistas (em inglês) (Jakarta Post)
http://www.thejakartapost.com/news/2013/03/14/aceh-draft-bylaw-risks-forests-say-activists.html

Rudi H. Putra: Vencedor do prêmio Futuro para a Natureza 2013 (em inglês)
http://futurefornature.org/person/rudi-hadiansyah-putra-indonesia


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crer ou saber

sem moldura



Perguntaram a Osho:
"Osho, você pode resumir os seus ensinamentos em poucas palavras, porque eu só vou ficar por aqui por um dia ou dois?"

É impossível. Em primeiro lugar, não tenho nenhum ensinamento para resumir. Não sou professor, sou uma presença. Não tenho nenhum catecismo. Não posso dar a você dez mandamentos — faça isso, não faça aquilo.

E tudo o que eu digo hoje posso contradizer amanhã — porque o meu compromisso é com o momento. Seja o que for que eu tenha dito ontem, não estou mais comprometido com isso. No momento em que eu disse, fiquei livre. Agora não me preocupo mais com isso, não vou mais olhar para isso novamente.

Tudo o que estou dizendo a você agora é verdade neste exato momento; amanhã não vou mais estar comprometido com isso. O que quer que o amanhã traga vou dizer. Seja o que for que o hoje tenha trazido estou dizendo a você agora. E se as minhas palavras forem contraditórias, quem sou eu para torná-las coerentes? Eu mesmo não faço nenhum esforço.

Meu compromisso é com o momento. Nunca estou comprometido com o passado. Sou como um rio: onde estarei amanhã ninguém sabe, nem eu mesmo. Você vai se surpreender, eu também ficarei surpreendido.

A pergunta deve ser de alguém que vem do continente que eu chamo de “Acirema” — a palavra “América” lida de trás para a frente. A América está às avessas. Tudo se tornou caótico. As pessoas estão com tanta pressa que se esqueceram de que existem algumas coisas que não se pode fazer às pressas, para as quais a paciência é uma exigência. 

Você não pode conseguir a verdade com tanta pressa. A paciência é uma condição básica para isso. Não é como café instantâneo e não vem embalada numa lata. Ela não vem pronta. A verdade não é uma mercadoria que alguém pode lhe dar. Ela cresce em você.

Isso é o que quero dizer quando afirmo que sou uma presença, não sou um professor. Se você está aqui, algo pode crescer em você. Eu digo “pode” porque depende de você. Eu estou aqui. Se você estiver pronto para me receber, algo vai começar a crescer dentro de você. É como uma criança se tornando um jovem. 

Sim, a verdade é assim. A falsa personalidade se vai e chega o ser verdadeiro. É como uma criança se tornando um jovem, um jovem se tornando um velho. Não há maneira de apressar o processo. Você não pode fazer uma criança crescer rápido em uma noite, em um dia ou dois. Vai levar tempo. E é bom que leve tempo, porque só com o tempo as coisas amadurecem.

Não, eu não posso fazer isso, não posso resumir. Não tenho nenhum ensinamento. E, mesmo se tivesse, eu não iria resumi-lo, porque quanto mais você resume algo mais ele se torna menos vivo. O amor é grande, a vida é vasta; a lei é limitada.

A lei pode ser resumida, o amor não pode ser resumido. A lei é definida, mas a vida é excessiva. Você não pode resumir a vida, não pode haver uma sinopse da vida; você pode resumir a lei. Eu sou a vida. Não há como me resumir.

E eu ainda estou vivo, de modo que tudo o que você resumir eu vou destruir amanhã.

Quando você resume, pouco a pouco as coisas se tornam absurdas.

Nunca resuma nada que está vivo. Eu ainda estou vivo. Quando eu estiver morto e tiver partido, então as pessoas vão resumir. E vou causar a elas um monte de problemas. Não será uma coisa fácil. Elas vão enlouquecer. Será impossível me colocar numa sinopse.

Sempre foi assim. Você não pode resumir Buda. Por causa das sumarizações, muitas escolas surgiram. Buda morreu, então havia uma pergunta. As pessoas queriam resumir. Durante quarenta anos o homem ensinou — manhã, tarde, noite — por quarenta anos. Ele tinha falado um bocado, ele tinha dito muitas coisas, e agora tinha partido e seus ensinamentos tinham que ser resumidos. 

A verdade não é como uma mercadoria. Quando vier até mim, se realmente quiser saber qual é a minha verdade, você tem que estar aqui. A minha verdade só pode ser expressa para você quando eu passar a conhecer a sua verdade também. Quando eu passar a conhecer você e você passar a me conhecer, nessa reunião ocorrerá o vislumbre.

A verdade não pode ser dada a você. Você terá que recebê-la e terá que se preparar para ela. Você terá que se tornar um ser em completo relaxamento. Você terá que ser capaz de me absorver e permitir que eu mergulhe profundamente no seu coração.

Foi o que aconteceu...

No Museu Nacional de Amsterdã, um casal de idosos foi ver a obra-prima de Rembrandt “A Ronda Noturna”. Depois de uma longa volta pelos muitos corredores, quando eles finalmente chegaram à famosa pintura, o porteiro ouviu o homem dizer à mulher: “Olhe, mas que bela moldura!” 

A moldura podia ser bonita, mas você percebe que algo está faltando nessa admiração? Algo essencial se perdeu. Não estou dizendo que a moldura não fosse bonita, ela podia ser a moldura mais bonita do mundo, mas ir ver a obra-prima de Rembrandt “A Ronda Noturna” e falar sobre a moldura é um absurdo! Mesmo ver a moldura é tolice, estupidez. A pintura não é a moldura. A moldura não tem nada a ver com a pintura.

O que estou dizendo é só uma moldura, o que eu sou é a pintura. Olhe para a obra-prima e não se incomode com a moldura.

Osho, em "O Barco Vazio : Reflexões Sobre as Histórias de Chuang Tzu"

beleza pura


cerejeira ( prunus serotina )

pobres ricos

Os "ricos" não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas.

A pobreza da riqueza
Por Cristóvam Buarque

"Em nenhum outro país os ricos demonstram mais ostentação que no Brasil. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, seqüestrados ou mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos e não voltam a dormir tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais, dependendo de guardas que se revezam em turnos.

Os ricos brasileiros usufruem privadamente tudo o que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Na sexta-feira, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não conseguiriam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que ali por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados. Quando terminam de comer escondidos, são obrigados a tomar o carro à porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro, depois continuar até um bar para conversar sobre o que viram. Mesmo assim, não é raro que o pobre rico seja assaltado antes de terminar o jantar, ou depois, na estrada a caminho de casa. Felizmente isso nem sempre acontece, mas certamente, a viagem é um susto durante todo o caminho. E, às vezes, o sobressalto continua, mesmo dentro de casa.

Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir o patrimônio no futuro. E vivem no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão. Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em insegurança e ineficiência.

No lugar de usufruir tudo aquilo com que gastam, uma parte considerável do dinheiro nada adquire, serve apenas para evitar perdas. Por causa da pobreza ao redor, os brasileiros ricos vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm de perder dinheiro, gastando cada vez mais apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente.

Quando viajam ao exterior, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como assassinos de crianças na Candelária, destruidores da Floresta Amazônica, usurpadores da maior concentração de renda do planeta, portadores de malária, de dengue e de verminoses. São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.

Na verdade, a maior pobreza dos ricos brasileiros está na incapacidade de verem a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, cem anos atrás, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado direito de trabalhar a imensa quantidade de terra ociosa de que o país dispunha. Se tivesse percebido essa riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao longo de mais de um século. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada e com uma população sem miséria.

A pobreza de visão dos ricos impediu também de verem a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza que seria só deles, e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor, não sabem mudar o mundo, não sabem construir um novo país que beneficie a todos. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados.

Para poderem usar os seus caros automóveis, os ricos construíram viadutos com dinheiro de colocar água e esgoto nas cidades, achando que, ao comprar água mineral, se protegiam das doenças dos pobres. Esqueceram-se de que precisam desses pobres e não podem contar com eles todos os dias e com toda saúde, porque eles (os pobres) vivem sem água e sem esgoto. Montam modernos hospitais, mas tem dificuldades em evitar infecções porque os pobres trazem de casa os germes que os contaminam. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença.
Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras.

Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro - os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez.

Mas isso é esperar demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas".
( Grato mestre ! )

Sugestão do dia: Plante e descanse.