POR UM PLANETA CONSCIENTE E VIVO


não prende



...e de todos os outros, no mundo!

roupa suja



Apesar de sustentabilidade e sustentável serem duas palavras amplamente usadas por pessoas, marcas, empresas e iniciativas, elas costumam ser empregadas de maneira errônea e simplista. Na verdade, sustentabilidade é algo tão complexo e novo que a prova disso são as mais de 400 (isso mesmo, quatrocentas) definições para o termo.

Resumidamente, sustentabilidade é um conjunto de iniciativas que fazem as ações do presente não prejudicarem as gerações futuras. Com isso em mente nós já conseguimos entender que, principalmente no âmbito de produção de produto, quase nada é realmente sustentável. Na moda, apesar do termo vir sendo cada vez mais usado, isso não é diferente.

Mas essa dificuldade em aplicar a sustentabilidade de maneira hegemônica não deve ser motivo para paralisia. Pelo contrário, é nesse momento que as ações e as escolhas de produção e consumo se tornam realmente essenciais para minimizar os danos.

De um lado, as marcas precisam aplicar os conhecimentos sobre produção sustentável em todas as fases de produção. Não existe um procedimento ou uma escolha única e isolada capazes de transformar um produto (ou uma marca) em sustentável. O processo de produção consciente começa desde o design do produto e vai até o momento de pós-consumo, responsabilidade da marca em pensar como aquele produto descartado vai impactar no meio ambiente.

Um exemplo de produto mal pensando são as cápsulas de café expresso. Hoje, as cápsulas descartadas já são suficientes para dar onze voltas na circunferência do planeta Terra(!!!). A empresa não pensou no descarte e criou um produto totalmente descartável e dificílimo de ser reciclado. O próprio criador das K-Cups deu uma entrevista dizendo o quanto se arrepende de ter criado o produto.

Na moda, o design precisa ser funcional, a limpeza mais prática e menos impactante possível, os materiais escolhidos para a composição das peças precisam ser bem pensados e escolhidos de maneira consciente, produtos feitos localmente geram menos impactos de transporte e ainda garantem mais proximidade com a mão de obra empregada, a qualidade para durabilidade é essencial para evitar o descarte prematuro, e na hora do descarte é melhor que os materiais escolhidos sejam pensados ou para entrar de volta no ciclo (reciclados) ou para serem incinerados, compostados, ou aterrados com eficiência.

É um processo complexo e que, acima de tudo, exige dedicação. Não adianta colocar apenas uma dessas iniciativas em prática e correr chamar a marca de sustentável. Por exemplo, um tecido de fibra natural, como algodão, não só não basta para tornar uma peça mais sustentável como nem sempre é o melhor tecido a ser utilizado. Devido às questões socioambientais envolvidas no cultivo do algodão, tecidos de algodão estariam na lista dos menos sustentáveis. Se o designer por trás da marca não conhecer os processos dos materiais que utiliza, não é difícil a marca passar vergonha se auto intitulando “sustentável” por usar apenas tecidos de algodão.

Do lado do consumidor, a dica é entender essa complexidade para não cair na conversa de algumas marcas (grandes e pequenas) pouco engajadas em um método de produção mais sustentável, mas que logo encontram uma brecha para passar por “amiga do meio ambiente”. Questione e dê preferencia a marcas capazes de falar sobre o assunto de maneira ampla e se mostram realmente interessadas em aplicar as práticas mais sustentáveis em cada escolha.
anotherlandproject