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colhendo a cura

Planta descoberta em mangue pode ajudar a tratar Câncer e Alzheimer
Ela consegue inibir o aumento de enzimas que provocam as doenças.

Amostra da planta mangue-branco macerada (Foto: Mariane Rossi/G1)
Amostra da planta mangue-branco macerada (Foto: Mariane Rossi/G1)

Pesquisadores de São Vicente, no litoral de São Paulo, descobriram que uma substância encontrada em uma planta que vive nos manguezais brasileiros pode originar um remédio para o tratamento de doenças neurodegenerativas e inflamatórias como mal de Alzheimer, Parkinson e tumores. Os testes em laboratório são promissores.


A pesquisa começou há cerca de cinco anos e é realizada por alunos da faculdade de Biologia Marinha da Unesp de São Vicente, sob a coordenação do Prof. Dr. Marcos Hikari Toyama. Segundo ele, foram coletadas amostras da planta mangue-branco, que é uma árvore encontrada nas áreas de mangue existentes na Baixada Santista.

Professor doutor Marcos Toyama coordena a pesquisa (Foto: Mariane Rossi/G1)

Professor Doutor Marcos Toyama coordena a pesquisa (Foto: Mariane Rossi/G1)

Os estudantes levaram o material para o laboratório. Isolaram os compostos naturais da planta e avaliaram o efeito sobre a enzima fosfolipases A2 secretória, responsável pelo controle do metabolismo celular, defesa e comunicação celular. “Essa enzima tem um processo biológico importante. Ela regula diversas funções celulares. É uma molécula que tem função de defesa e regulação celular muito importante. Porém, em situações patológicas de doenças, essas enzimas são superexpressadas, o que significa que aumenta demasiadamente a concentração. O aumento pode originar o crescimento de algumas patologias inflamatórias, doenças degenerativas como mal de Alzheimer e mal de Parkinson, além de tumores”, explicou o professor.


Os pesquisadores descobriram que a Planta Mangue-Branco contém flavonóides glicosilados que conseguem inibir essa enzima e impedir o aumento da concentração delas, evitando as doenças.
Nós observamos que esses compostos naturais possuem uma capacidade melhor de interagir com essa enzima e não alterar suas funções”, explica Toyama. 
O professor diz que há medicamentos no mercado que fazem essa função de inibir as atividades das enzimas, mas acabam induzindo a destruição da molécula parcial ou total. 
A pior de todas é a destruição parcial porque ela mantém o centro ativo e destrói as outras regiões. Isso sinaliza que existe mais produção dessa enzima e doenças”, diz ele.

Grupo de estudantes da Unesp que participam da pesquisa  (Foto: Mariane Rossi/G1)

Grupo de estudantes da Unesp que participam da pesquisa (Foto: Mariane Rossi/G1)

Os pesquisadores já fizeram os testes enzimáticos, farmacológicos e biofísicos em camundongos. A substância presente na planta evitou ou solucionou a inflamação dos animais. Todos os testes deram um resultado positivo e os pesquisadores conseguiram entender como a enzima e a substância se interagem.

Os estudos dão suporte para que outros grupos de pesquisadores de outras áreas possam fabricar remédios específicos para as doenças inflamatórias. O grupo de pesquisadores da Unesp quer provar que é possível aproveitar os recursos da natureza para a medicina. “Estamos buscando outras plantas e organismos aqui do litoral para tentar passar essa ideia. O mangue é considerado um ecossistema importante, mas ele é muito agredido. Queremos dar um viés econômico para ele. As plantas também podem ser uma fonte muito rica de moléculas importantes para a medicina”, afirmou Toyama.
fonte:Mariane Rossi /G1