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mostra que abre na sexta-feira (dia 7) traz menos artistas do que edição anterior e orçamento reduzido em 20%

 
detalhe da obra da artista Sheila Hicks para a 30ª bienal


A 30ª edição da Bienal de São Paulo vai abrir as portas ao público nesta sexta-feira (07), no parque Ibirapuera. Com o tema "A Iminência das Poéticas", a mostra já tem todo o seu orçamento já captado - "um feito raro", nas palavras do presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins.

Neste ano, o evento está orçado em R$ 22,4 milhões. O número é 20% menor do que o da edição anterior, de 2010. Mas, segundo Martins, isso é fruto de um "esforço de modernização" dos organizadores, e não de um encolhimento da Bienal.

No total do orçamento, R$ 15 milhões (60% do total) vieram através de renúncia fiscal, via Lei Rouanet. A Prefeitura de São Paulo contribuiu com 9% dos recursos e o governo estadual, com 7%. "Outros 17% vieram de recursos livres, sem qualquer tipo de benefício fiscal".


Na comparação com a Bienal anterior, esta edição tem menos artistas - 111, contra cerca de 150 em 2010. A quantidade de obras, no entanto, aumentou dramaticamente: agora são quase 3 mil, mais do que o triplo de dois anos atrás. Isto porque a maior parte dos artistas é representada por uma boa quantidade de peças. Em vez de apenas um trabalho, um conjunto.

"As obras não produzem conteúdo sozinhas, mas sim através da analogia e da comparação com outras obras. O mito da obra única é apenas isso, um mito", explica o curador da Bienal, o venezuelano Luis Pérez-Oramas. A frase vale tanto para trabalhos de um mesmo artista quanto para peças de criadores diferentes. "O importante é criar relações e oposições."

Na comparação com a Bienal anterior, esta também está menos "bombástica". Foi o termo usado por Pérez-Oramas, mas sem referir-se à edição de 2010. "Queremos fazer uma Bienal clara, não transparente. Uma Bienal inteligente, não bombástica. Também queremos evitar o maneirismo do confronto pelo confronto", afirmou o curador.

Nas duas versões anteriores do evento não faltaram confrontos. Em 2008, um grupo de pixadores invadiu a Bienal e pixou as paredes do prédio. Em 2010, o tema da mostra foi a relação entre arte e política e um dos trabalhos mostrava um artista tentando matar os ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, entre outros.

Nada disso está presente neste ano. "Nós respeitamos demais a política para reduzi-la a um jogo de representação", disse Pérez-Oramas. O curador também ressaltou que a maioria das obras expostas é inédita, e boa parte foi produzida especialmente para a Bienal.

A mostra abre as portas na sexta e poderá ser visitada até 9 de dezembro, no Pavilhão da Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, s/n, parque Ibirapuera). Às terças, quintas, sábados, domingos e feriados, o horário é das 9h às 19h. Às quartas e sextas, das 9h às 22h. 


A entrada é gratuita.