POR UM PLANETA CONSCIENTE E VIVO


idade midia



Nihil humani a me alienum puto.

( Nada do que é humano me é indiferente )


Quem diria que GAIA, a Virgem Mãe-Terra, seria palco de um drama no qual alguns patifes, totalmente endiabrados, tentam nos convencer de que eles são o que não são, e de que nós somos o que não somos?
Estamos assistindo ao emergir de uma “comunidade planetária” sem fronteiras morais, religiosas ou políticas: a filha da globalização.

Ah, a globalização! Que podemos dizer de tão engenhosa ilusão? O mundo contemporâneo enfrenta esse fenômeno e o encara de formas bem distintas: os mais bobos vêem nele a possibilidade de comprar canetas cheirosas e coloridas fabricadas no China; os muito iludidos, a de namorar e até casar com o computador (ou melhor, com o parceiro que está do outro lado do mundo diante de outro computador); os mais afetados, a chance de fazer grandes negócios num chat interplanetário; os neutros cientistas sociais, um processo cada vez maior de interligação entre todos os aspectos da vida ecológica, econômica, legal e social; e, finalmente, os seus inventores, o ponto final de suas antigas metas.

Essa interligação mundial assinala cada vez mais o fim do Estado-Nação, tal como o Império Romano assinalou o fim das cidades-Estado. Com isso, vemos balançar o antigo império, os EUA, centro hegemônico do sistema capitalista mundial! 

O divulgador da fórmula que levaria esse país a essa condição é Adan Smith, autor de A Riqueza das Nações
(obra encomendada pela elite financeira e publicada no mesmo ano da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776), na qual delineou a base da economia moderna. Postula ele que o mais alto nível de bem-estar social se dá quando cada indivíduo persegue única e exclusivamente o seu próprio bem-estar pessoal. Adão não vê nenhuma utilidade no altruísmo. É ele, sem dúvida, o profeta do materialismo messiânico. 

Com tal fórmula, os EUA têm varrido, semelhantemente a um tornado, as tradições culturais, morais e religiosas das nações, e, em decorrência disso, suas particularidades, tanto por meio da força como pela exportação do seu postiço american way of life. 

Para instaurar e manter a ideologia hegemônica, surge a indústria da comunicação de massa, que faz uma rigorosa seleção de tudo o que, segundo seus critérios, pode ou não chegar ao conhecimento das pessoas. Como dizia Honoré de Balzac: “Há duas histórias: a história oficial, embusteira, que é ensinada ad usum delphini, e a história secreta, na qual se encontram as verdadeiras causas dos acontecimentos, uma história vergonhosa.” Assim, tudo que exalta a ideologia do pensamento único, escondendo a história vergonhosa, é apresentado pela mídia de forma dogmática, exacerbada e sensacionalista, enquanto que as verdades e afirmações que se opõem a ela são ignoradas e perseguidas. As vozes de homens sensíveis – e até geniais, em alguns casos – que se levantam de tempos em tempos contra atos e idéias desprezíveis como essa são fulminantemente estigmatizadas e tachadas de radicais, paranóicas, inimigas, demoníacas ou insanas. 

E quem são, afinal, os responsáveis pela formação de tão distorcida imagem? Vejamos. Conforme é sabido, o tempo nos meios de comunicação é valioso, custa muito dinheiro devido ao gigantesco poder de alcance e influência dos mesmos, os quais tornam-se acessíveis exclusivamente aos que possuem vultoso capital. Assim, modismos e regras são impostos ao público pela mídia, proporcionalmente ao que pagam e determinam seus patrocinadores, os quais se restringem a uma elite. E a massa humana, por sua vez, totalmente manipulada, serve apenas para cumprir seu papel de produtora-consumidora. Com isso, através da ação crescente dos meios de comunicação de massa criou-se um fenômeno inédito, um novo tipo de cultura: a cultura de massas, cujas principais características são a homogeneidade, a baixa qualidade e a padronização total de gostos, idéias, preferências, motivações, interesses e valores. Porém, a massa é o oposto do indivíduo, o qual, para os magnatas da produção e para os governos, é completamente ignorado como ser pensante e portador de vontade, em decorrência do quê fazem prevalecer a quantidade (a maioria enganada) sobre a qualidade, o que é equivalente a exaltar o peso morto do número ao irrenunciável e eterno poder do indivíduo. Assim é a democracia moderna, o capitalismo do livre mercado. 

Mas... espera aí! Algo nessa história toda de massas e domínios assemelha-se à ideologia de Marx, o homem que combateu com unhas e dentes o capitalismo! Trata-se, caro leitor, de um paradoxo que vimos desvelando de forma ampla no presente volume. Não é impressionante como as formas de atuação dos messiânicos materialistas com o decorrer do tempo diferem completamente na aparência mas nunca nos objetivos? 

Não precisamos ir tão longe em nossas memórias para detectar que o cientificismo, as técnicas e o culto à idéia como valores fundamentais da sociedade são princípios tipicamente iluministas (leia-se trevosistas). E, portanto, a efetivação do processo de globalização seria a concretização de um antigo “ideal iluminista”.
 

Voltaire, um de seus mentores, considerava o cristianismo uma “superstição infame a ser erradicada e um grande obstáculo às reformas baseadas nos princípios iluministas”. Além disso, era ele o homem mais bem relacionado da Europa e membro da franco-maçonaria, assim como seu íntimo amigo Diderot, que lhe escreveu numa carta: “Provemos que somos melhores do que os cristãos e que a ciência faz de nós homens melhores que a graça!”

Outros vão ainda mais longe, afirmando, como alguns historiadores poéticos, que a globalização teria surgido no século XVI com os navegadores portugueses por ocasião dos Descobrimentos, e que seria o resultado da integração entre o Ocidente e o Oriente (mais especificamente por meio do comércio com as Índias) assim como do contato entre os povos. Segundo eles, a conseqüente difusão de culturas, idiomas, credos (e, é claro, de produtos) estimulada a partir de então seria a precursora de tal fenômeno, e constituiria o que eles chamam de “pré-história” da globalização. 

No entanto, esse feito grandioso da História, cujo uso deveria ter sido direcionado exclusivamente ao cumprimento de seu papel, que é o intercâmbio saudável e profícuo de informações e experiências, ampliação de conhecimento de mundo e de aperfeiçoamento das ciências e das artes, acabou sendo usado por alguns egoístas como forma de ampliar seus campos de atuação e influência somente em prol de mesquinhos interesses próprios. Tais pessoas não fazem parte das massas, mas se encontram espalhadas por todos os lugares, e sempre com um objetivo definido, do qual nunca se desviam, e evitando assimilar o que quer que seja da cultura alheia. 

E assim, no decorrer do tempo, foram tais tipos pouco a pouco se infiltrando em todos os pontos-chave das nações, fazendo-se de bonzinhos mas destilando veneno, criando cizânia, incentivando o liberalismo, eliminando fronteiras, desmoralizando o princípio da autoridade e da hierarquia, controlando o mercado e, sobretudo, o capital. E, de repente... estavam eles no poder de todos os governos e no comando de todas as grandes corporações industriais. Não é preciso dizer que estavam (estão)dominando o mundo!

Globalização é, portanto, apenas mais um nome para uma prática antiga de dominação que já foi denominada imperialismo e, em épocas mais remotas, colonialismo. E agora, na Idade Mídia, tal atividade atingiu seu apogeu através do controle total pelos meios de comunicação e redes sociais.
 
Poderíamos fazer um bom proveito de uma política de auxílio mútuo entre as nações mantendo-se o devido respeito às particularidades e tradições culturais de cada povo. Porém, o sistema de mundialização que foi criado mobiliza-se em função de uma conceituação exclusivamente econômica da natureza humana, o que impede que isso aconteça. O objetivo da “agenda global” é estabelecer um governo mundial único, sob o poder absoluto da elite detentora do capital. Essa elite, durante séculos, idealizou e objetivou esse governo verdadeiramente satânico. 

Portanto, há bastante tempo a humanidade já vinha sendo espreitada, seduzida e aliciada por esses seres frios e desprovidos de caráter. E eis que no auge do séxulo XX fecha-se o cerco e consuma-se o ato: o estupro da humanidade! A globalização! Sim, os seres humanos foram estuprados coletivamente por uma minoria sádica e desumana. Uma violentação hedionda penetrou e feriu profundamente todos os aspectos que dizem respeito à vida do homem em si, à sua relação com a Terra e, sobretudo, à sua relação com Deus. Invadiram suas vidas particulares e até íntimas, sujando e infectando o que ali existia de mais nobre, valioso e elevado: a consciência. Nunca na longa história da humanidade o homem havia descido a um nível tão baixo, tanto no que concerne à visão de mundo como às condições de vida. O mundialismo só fez conduzir os povos a grandes injustiças, a problemas culturais e sociais de toda espécie. 

O mais chocante desta ideologia da globalização é a idéia de fim da história, desenvolvida, também sob encomenda, pelo cientista político americano Francis Fukuyama. Segundo o seu entendimento, nós atingimos “o ponto final da evolução ideológica da humanidade”. Este ponto final é, obviamente, a “democracia liberal”. Todos os povos, segundo ele, tenderão a se encaminhar para esta forma de governo capitalista. Mais grave ainda, ela é apresentada como um produto lógico de fatos materiais, um processo natural e inevitável e não como um ponto de vista ou como uma ideologia. Um crítico escreveu: “A globalização reivindica sua própria imunidade ao questionamento” e acrescenta: “Nesta proposta está um viver sem alternativas”. Resumindo: eles, os “democráticos”, pensam que, alcançado este ponto, não haveria mais mudanças nem evolução, e não teriam senão que aguardar que todos os povos atingissem este mesmo estágio de “desenvolvimento”. E desta forma querem impor-se ideologicamente como único modelo. 

Sob tal perspectiva, o capitalismo é um problema que guarda em si um insano fim, que é a “valorização do valor”: parte-se do dinheiro para se chegar ao dinheiro. Quanto aos homens, só lhes resta também vender a si mesmos para se tornarem material da cibernética “máquina mundial” capitalista. Contudo, a crise fundamental dos mercados de trabalho se revelará, mais tarde ou mais cedo, como crise do próprio capitalismo. 

Enfim, os detentores do capital exageraram tanto na dose que se assemelham a um malabarista exaltado que, embevecido com sua capacidade de sustentar e “brincar” com seus instrumentos, fosse aumentando cada vez mais a quantidade destes, e aumentando também a rapidez com que os movimenta! Não podemos acreditar que possa ele ficar por muito tempo em semelhante situação. E quando o primeiro de seus inúmeros objetos cair, não haverá habilidade capaz de evitar a catástrofe do pobre malabarista. A partir de então, a sociedade capitalista mundial será abalada até ao seu sepultamento eterno. 

As pessoas normais, decentes, obedientes e respeitosas à lei da natureza – que é amar, dar e perdoar – devem, antes de tudo, compreender os métodos obscuros utilizados para a conquista do poder a fim de não se sujeitarem aos mesmos. As conseqüências morais, sociais e, sobretudo, espirituais de tal mundialismo são de tamanha envergadura que se faz imprescindível conhecê-las antes que seja tarde demais para evitá-las. 
  
Nota:
1. Trata-se de uma sociedade secreta norte-americana fundada em 1833 por Willian H. Russel com sede na Universidade Yale, da qual fizeram ou fazem parte o senador Prescott Bush, seu filho George Bush e seu neto, George W. Bush, além de proeminentes membros do governo norte-americano, incluindo-se o senador John Forbes Kerry (candidato derrotado à presidência dos EUA) e membros da tenebrosa sociedade secreta dos Bilderberg. Mais informações sobre a Skull & Bones consulte a obra Secrets of the Tomb: Skull and Bones, the ivy league, and the hidden paths of power, Alexandra Robbins, 2002. Ou America's secret establishment. An introduction to the order of Skull & Bones. Antony Sutton. TrineDay, 1984.