POR UM PLANETA CONSCIENTE E VIVO


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Bill Mollison 

Morreu em setembro de 2016, aos 88 anos, um dos pais da permacultura, Bruce Charles Mollison. As suas ideias sobre um sistema agrícola que trabalha em conjunto com – e não contra – a natureza têm vindo a ganhar reconhecimento, ao longo dos anos. Hoje em dia, a permacultura é praticada por mais de 3 milhões de pessoas em 140 países.

Nascido em 1928 numa aldeia piscatória no noroeste da Tasmânia, Austrália, o escritor, professor, ecologista e “rebelde agrário” Bill Mollison (nome pelo qual era conhecido) acreditava que “embora os problemas do mundo sejam cada vez mais complexos, as soluções permanecem embaraçosamente simples”.


"A maior mudança que precisamos de fazer é a do consumo para a produção, mesmo que em pequena escala, nos nossos próprios quintais. Se apenas 10% de nós fizermos isto, haverá o suficiente para todos. Daí a futilidade dos revolucionários que não têm quintais, que dependem do próprio sistema que atacam, e que produzem palavras e balas, não comida e abrigo", escreveu na sua autobiografia. "


A permacultura – termo que vem da junção das palavras “cultura” e “permanente” – surge da convicção de que o mundo natural possui a chave para um sistema estável e produtivo. Os sistemas ecológicos permitiriam às pessoas satisfazer as suas necessidades e ao mesmo tempo fortalecer a natureza, ao invés de a empobrecer.

Inspirou-se na sabedoria dos agricultores de subsistência um pouco por todo o mundo, que, ao longo do tempo, têm utilizado métodos sustentáveis na sua agricultura: cultivar um grupo variado de plantações, utilizar espécies perenes para criar sistemas produtivos estáveis e assegurar a existência das condições para a regeneração dos solos.

“Os únicos sistemas de energia seguros são os derivados de sistemas biológicos. Um jardineiro de Nova Guiné pode caminhar pelos portões do seu jardim, tirando uma unidade de energia e distribuindo 70. Um agricultor moderno, que conduz um trator através do portão, tira 1000 unidades de energia e dá uma de volta. Qual é o agricultor mais sofisticado? Estamos a livrar-nos do nosso solo ainda mais rapidamente do que estamos a destruir a nossa atmosfera. Para cada um de nós há uma perda de dez toneladas de solo por ano. A natureza só consegue substituir uma ou duas toneladas. Vamos deixar aos nossos filhos uma terra onde não há solo nem água potável.”


Elementos como plantas e animais também devem ser conjugados de modo a que sejam mutuamente benéficos, ou, como uma vez declarou: “não tem um problema de lesmas, tem é falta de patos!”


Espiral de ervas aromáticas
Um elemento clássico da permacultura – a espiral de ervas aromáticas

Trabalhou como pescador, guarda-florestal e caçador. Em 1954, juntou-se à Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), trabalhando extensivamente em investigação agrícola. Ao fim de 10 anos, deixou a organização e decidiu estudar biogeografia – o estudo da distribuição das plantas e dos animais – na Universidade de Hobart, conta o The Guardian. Nesta universidade foi nomeado professor, em 1968, e alguns anos mais tarde criou uma disciplina nova, a psicologia ambiental.
Com o passar do tempo, foi-se sentindo cada vez mais limitado pelo mundo academico tradicional e procurou unir os seus estudos ao mundo natural.

Aos 50 anos, abandonou a educação formal. Juntamente com David Holmgren, um estudante de design ambiental, começou a dar forma ao que conhecemos atualmente como permacultura, indo buscar inspiração às culturas tradicionais e adaptando, ao mesmo tempo, as oportunidades das novas tecnologias. A estes esboços, os dois introduziram conceitos de culturas indígenas, de outros pioneiros da ecologia e de camponeses.

Foi assim que surgiu, em 1978, o “Permacultura Um”, o precursor do “Permaculture – A Designers’ Manual”, que se tornaria a “bíblia da permacultura”, usada ainda hoje como referência por professores.

Bill Mollison decidiu então dar cursos de duas semanas sobre permacultura para difundir o conceito. Alguns dos seus alunos viriam também a dar cursos semelhantes de 72 horas e, ao fim de 10 anos, as suas ideias tinham-se espalhado pelos cinco continentes. Os cursos originais foram evoluindo, entretanto, e abordam, hoje em dia, para além da agricultura, áreas como a engenharia, a construção, a arquitetura e o design ecológicos.
theuniplanet

bichos profundos

Veja abaixo alguns exemplos dos "monstros marinhos" das profundezas do Artico:
Outros exemplares pescados pelo barco russoOutros exemplares pescados pelo barco russo | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
Apesar do aspecto bizarro, a maior parte das criaturas não é agressivaApesar do aspecto bizarro, a maior parte das criaturas não é agressiva | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
Alguns têm dentes bem afiadosAlguns têm dentes bem afiados | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
Criaturas das profundezas sobrevivem com pouquíssima luz, alimentos escassos, alta pressão e temperaturas congelantesCriaturas das profundezas sobrevivem com pouquíssima luz, alimentos escassos, alta pressão e temperaturas congelantes | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
O homem só explorou 2% do leito dos oceanos, fazendo com que descoberta de espécies ocorra com frequênciaO homem só explorou 2% do leito dos oceanos, fazendo com que descoberta de espécies ocorra com frequência | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
Um tubarão?Um tubarão? | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)
Piranha das profundezas?Piranha das profundezas? | Reprodução/Twitter(@rfedortsov)

sabedoria

Flama soberba,essa era a vontade visível.

O olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homem há dentro de nós. Afirmamo-nos pela luz que fica debaixo da sobrancelha. As pequenas consciências piscam o olho, as grandes lançam raios. Se não há nada que brilhe debaixo da pálpebra, é que nada há que pense no cérebro, é que nada há que ame no coração. Quem ama quer, e aquele que quer relampeja e cintila. A resolução enche os olhos de fogo; admirável fogo que se compõe da combustão dos pensamentos tímidos.

Os teimosos são os sublimes. Quem é apenas bravo tem só um assomo, quem é apenas valente tem só um temperamento, quem é apenas corajoso tem só uma virtude; o obstinado na verdade tem a grandeza. Quase todo o segredo dos grandes corações está nesta palavra: _ Perseverança. A perseverança está para a coragem como a roda para a alavanca; é a renovação perpétua do ponto de apoio. Esteja na terra ou no céu o alvo da vontade, a questão é ir a esse alvo; no primeiro caso é Colombo, no segundo caso é Jesus. Insensata é a cruz, vem daí a sua gloria. Não deixar discutir a consciência nem desarmar a vontade, é assim que se obtêm o sofrimento e o triunfo. Na ordem dos fatos morais o cair não inclui o pairar. Da queda sai a ascensão. Os medíocres deixam-se perder pelo obstáculo especioso; não assim os fortes.

Perecer é o talvez dos fortes, conquistar é a certeza deles. Podeis dar a Estevão todas as boas razões para que ele não se faça apedrejar. O desdém das objeções razoáveis cria a sublime vitória vencida que se chama o martírio.


Victor Hugo
Trecho do livro “Os trabalhadores do mar”

presente sempre


sabedoria


"A única coisa que vale a pena é fixar o olhar com mais atenção no presente; o futuro chegará sozinho, inesperadamente. É tolo quem pensa no futuro antes de pensar no presente." 
Nicolau Gogol

convite

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"Do caos nasce uma estrela bailarina" (Nietzsche)!

isso isso isso


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os bobos


O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: “Estou fazendo. Estou pensando.”

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: “Até tu, Brutus?”

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Clarice Lispector / Jornal do Brasil, 12 de setembro de 1970.

noticia boa

Um dos primeiros benefícios dos novos tratados entre Cuba e Estados Unidos será a aparição da primeira vacina contra o câncer de pulmão, desenvolvida e testada por médicos cubanos.

Cuba oferece a primeira vacina contra o câncer de pulmão grátis

Você se lembra quando as vacinas contra o câncer eram ficção científica? Pois cada dia estamos mais próximos de sua materialização e os melhores cientistas concentram todos os seus esforços em acabar com este problema.

Não importa sua procedência: todos os países investem parte de seus recursos para encontrar tratamentos e curas para a doença. Não hesitam em contratar as melhores mentes do mundo para conseguir este objetivo.

Mostra disso é a conquista sobre a que iremos falar. A primeira surpresa é que vem da mão de um acordo entre Estados Unidos e Cuba. 

As duas nações concordaram em compartilhar informações para desenvolver a primeira vacina contra o câncer de pulmão. E, no fim, os doutores cubanos conseguiram.

No entanto, não se trata de um medicamento preventivo, nem curativo. O que faz é frear a evolução da doença, de modo que o câncer se torna crônico, mas não mortal. 

Nem sequer seriam necessárias a quimioterapia ou a radioterapia. Deste modo, se evitaria uma das partes mais duras do câncer. Uma faceta que custa muito em ser superada, mesmo que cada vez mais suportável, graças aos avanços da ciência e das associações.

De acordo com o diretor do projeto, Fernando Ravsberg, a vacina apresenta muitas novidades.

Todos os tumores possuem em comum uma estrutura muito particular. Contêm uma molécula muito pronunciada que incide sobre seu crescimento. A vacina age sobre a mesma, por isso que impede o desenvolvimento celular.

A vacinação permitirá que a qualidade de vida das pessoas doentes melhore. Qualquer um que tenha sofrido com câncer, de forma direta ou indireta, sabe a importância disso.

Quando o estadio da doença é muito avançado, a vida se deteriora muito. É tão grave que existem aqueles que decidem não se tratar.

Em Cuba, a vacina já está sendo distribuída para os habitantes nacionais. Caso seja um estrangeiro, o tratamento se complica por questões políticas, mas pode ser conseguida.


O primeiro passo que é entrar em contato com Servimed para entrar no sistema de saúde de Cuba.

Vacina contra o câncer

Apesar das complicações implicadas nas relações com Cuba, a vacina já está registrada também no Peru e no Paraguai.

Por outro lado, a Europa está testando-a em diversos ensaios clínicos, mas que são muito caros. Além disso, duram cerca de 3 a 4 anos. Enquanto isso, os médicos cubanos estão buscando investidores estrangeiros para financiar as pesquisas.

Neste sentido, acaba de se abrir uma janela, fruto da virada na relação do país com o resto das potências.

Einar Blanco, do Centro de Imunologia Molecular cubano (CIM), afirma que isso será mais fácil graças à nova lei de investimentos estrangeiros de Cuba.

A citada lei permite que o CIM assine acordos com sócios de outros países. Os contratos podem ocorrer em qualquer uma das fases: pesquisa, produção e comercialização.

Além disso, contarão com a zona franca de Mariel, um porto enorme que será destinado ao desenvolvimento industrial da ilha.

A disponibilidade de um tratamento como este implicará em um antes e um depois na vida de milhares de pessoas.


Não se trata de seguir vivendo, e sim de ter uma vida digna, com as mesmas dificuldades que outras pessoas padecem doenças crônicas. A diferença com o estilo de vida de um paciente oncológico atual é abismal.

Por outro lado, a primeira vacina contra o câncer de pulmão servirá como inspiração para o resto.

Os cientistas poderão usar a composição da mesma e seu processo de fabricação para desenvolver soluções similares para outros órgãos. Por isso, os médicos reagiram tão entusiasmados ante a notícia.

Temos que entender que se estima que quase 40% das pessoas são susceptíveis a desenvolver câncer alguma vez na vida.


Sabendo que é a primeira causa de morte no mundo, o desânimo em pacientes e médicos quando se detecta é compreensível. No entanto, a vacina contra o câncer de pulmão representa um ar de esperança. 
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