POR UM PLANETA CONSCIENTE E VIVO


grafiticante



by XAV - Los Alcázares / Espanha

vegetariano

Leo Tolstoy (1828-1910), Russian author and philosopher, 1926. As a fiction writer, Tolstoy is widely regarded as one of the greatest of all novelists, particularly noted for his masterpieces War and Peace and Anna Karenina. As a moral philosopher Tolstoy was notable for his ideas on non-violent resistance through works such as The Kingdom of God is Within You, which in turn influenced such twentieth-century figures as Gandhi and Martin Luther King, Jr. From An Outline of Christianity, The Story of Our Civilisation, volume 4: Christianity and Modern Thought, edited by RG Parsons and AS Peake, published by the Waverley Book Club (London, 1926). (Photo by The Print Collector/Print Collector/Getty Images)


Um dos maiores nomes da literatura mundial, Liev Tolstói, além de romancista, filósofo, humanitarista e pacifista, também chamou a atenção e conquistou muito respeito nos séculos 19 e 20 por ser um grande defensor do vegetarianismo. Levando uma vida frugal, ele se alimentava basicamente de pães, frutas e vegetais.

Sobre a carne como alimento, Tolstói a desqualificava sob qualquer aspecto, e não apenas ponderando sobre o sofrimento dos animais, mas também a supressão da capacidade espiritual humana – que deveria se voltar para a simpatia e compaixão pelos seres vivos. “Ao violar esses sentimentos, o ser humano abre as portas para a crueldade. Mas afirmando que Deus ordenou o abate dos animais, o que acima de tudo é tão somente um hábito, as pessoas perdem inteiramente o seu sentimento natural”, escreveu Tolstói em ensaio publicado no livro Recollections and Essays, lançado em 1937, 27 anos após sua morte.

Na obra, há diversos textos raros em que ele aborda suas experiências com o vegetarianismo. E se alguns deles se voltam para a introspecção e interiorização, outros consistem em retratos da comezinha hipocrisia. Exemplos são os relatos sobre o que ele testemunhava tanto nas áreas urbanas quanto rurais da Rússia tsarista.

Segundo o escritor russo, por ser onívoro, o ser humano ignora o fato de que o primeiro elemento da vida moral é a abstinência. “Não faz muito tempo que falei com um soldado aposentado. Ele ficou surpreso quando eu disse que é uma pena matar animais e reduzi-los à comida. Justificou que era a ordem natural das coisas. Falei que sentia mais pena ainda quando os animais surgiam silenciosos, como gado manso. ‘Eles vêm, coitados, confiando em ti. É muito lamentável.’ Até o final da nossa conversa, ele já estava concordando comigo”, narra.

Tolstói também relata uma experiência que teve quando decidiu visitar um matadouro em Tula, ao sul de Moscou. Naquele dia, ele convidou um amigo para acompanhá-lo. A proposta foi declinada e o homem alegou que não suportaria ver o abate dos animais. “Vale a pena observar que ele era também um desportista que caçava pássaros”, enfatiza o escritor, desvelando a contradição especista do amigo.

De acordo com o russo, em qualquer lugar, sempre há uma senhora refinada devorando a carcaça de um animal, crente de que está agindo corretamente. Ela é tão frágil que diz não ter condições de se alimentar somente de vegetais. Também é tão sensível que jamais conseguiria causar dor a si mesma ou a qualquer outro animal. Na realidade, seria incapaz até de vê-lo sofrer. E ela é fraca justamente porque foi ensinada a se alimentar daquilo que não é natural ao homem. E, ainda assim, ela não consegue evitar de causar dor aos animais porque prefere continuar comendo eles.

Para Tolstói, se alimentar de animais é uma injustiça e uma imoralidade que tem sido aceita pela humanidade durante toda a vida consciente dos seres humanos. Apesar disso, há séculos cresce o número de pessoas que não reconhecem o ato de comer carne como sendo certo. No século 19, o escritor russo percebeu que a humanidade já passava por um progresso moral lento, mas ininterrupto.

Não se pode duvidar que o vegetarianismo tem progredido dessa forma. O progresso do movimento deve provocar especial alegria naqueles que se esforçam por trazer o verdadeiro reino de Deus à Terra. O vegetarianismo é um sinal da aspiração séria e sincera da humanidade em direção à perfeição moral”, defende Liev Tolstói em Recollections and Essays
Sua contribuição para o vegetarianismo foi tão significativa que desde a década de 1950 seus ensaios são usados em congressos realizados no mundo todo.
Referências:Tolstoy, Leo. Recollections and Essays. Nabu Press (2011).
IVU World Vegetarian Congress, Souvenir Book (1957).
davidarioch

atocha

beleza pura

arte aplicada

torres-de-transmissao-eletrica-na-Islandia_01


As torres de energia que existem em todas as cidades não são construções das mais bonitas. Visualmente poluidoras, as estruturas que seguram os fios de alta-tensão distribuindo a energia não seriam aprovadas por nenhum designer.

 Pensando nessa poluição visual, os arquitetos Jin Choi e Thomas Shine, ambos da Islândia, resolveram mudar a aparência dessas torres no país. A intenção é modificar as estruturas transformando-as em verdadeiras obras de arte.

torres-de-transmissao-eletrica-na-Islandia

Em 2008, a dupla criou o projeto “Land of Giants” (Terra de Gigantes), que tem como objetivo dar aparência humana às torres, como se fossem pessoas segurando os cabos. “Este projeto transforma postes elétricos mundanos em estátuas de paisagem, na Islândia. Fazendo apenas pequenas alterações no design da torre de aço bem estabelecida, nós criamos uma série de torres poderosas, solenes e variáveis. Estas figuras icônicas vão se tornar monumentos da paisagem. Ver as figuras humanas se tornará uma experiência inesquecível, elevando as torres para algo mais do que um mero design funcional de necessidade”, escreveram eles no site da empresa, Choi+Shine.

As torres são, em grande parte, autossuportáveis, feitas com fundação em concreto, com a adição de cabos de sustentação, dependendo dos requisitos dos cabos de carregamento. “Essas grandes estruturas se tornam parte da paisagem, servindo às pessoas e silenciosamente transportando eletricidade pelo terreno, dia e noite, faça sol ou neve”, completa a descrição.

torres-de-transmissao-eletrica-na-Islandia_02

jornaldaciencia

imaginarium

bicho solto!

Zoológico de Buenos Aires fechado

O Governo da cidade de Buenos Aires anunciou a revogação da concessão privada do Zoológico de Buenos Aires, passo prévio a uma profunda transformação do terreno de 18 hectares onde funciona há 142 anos, no bairro de Palermo, um dos mais tradicionais da capital argentina. O chefe de Governo, Horacio Rodríguez Larreta, anunciou a construção de um ecoparque interativo que implicará a transferência de 1.500 animais para reservas naturais e santuários de todo o país — de elefantes africanos e rinocerontes até serpentes.

O fechamento do Zoo era uma antiga reivindicação de organizações defensoras dos direitos dos animais. De fato, 2015 foi um ano especialmente dramático: morreram um filhote de girafa, dois lobos marinhos e uma mara. As reivindicações, porém, mal avançaram em forma de projetos de lei no Legislativo da cidade. Agora foi o Executivo que decidiu resolver o assunto. “O Zoo não dá mais. Estamos convencidos de que a transformação em um ecoparque é o passo correto, em sintonia com decisões semelhantes tomadas em outras grandes cidades do mundo. Agora será um complexo interativo que promoverá a educação ambiental, com uma paulatina redução no número de animais", disse Rodríguez Larreta.

O Zoológico de Buenos Aires foi fundado em 1874 pelo presidente Domingo Faustino Sarmiento (1868-1874) no que então eram pântanos distantes do centro. Para sua construção foram projetados 52 edifícios que recriam a arquitetura da origem geográfica do animal. A ideia era emular os grandes zoológicos das cidades europeias que serviam de modelo às classes mais afluentes de uma nação independente havia menos de 60 anos. Hoje esses prédios são monumentos históricos e não é possível vendê-los nem destruí-los. Com o passar dos anos, o Zoo ficou em meio a bairros de altos edifícios, diante do prédio da Sociedade Rural Argentina (SRA) e a poucos metros do Jardim Botânico. A leste se estende o parque Tres de Febrero, o maior espaço verde da capital argentina. Em 1991, o Zoo foi privatizado e suas jaulas, modernizadas. Construiu-se um aquário, os leões foram reacomodados em fossos abertos e os ursos polares, até então encerrados em jaulas tradicionais, passaram a contar com uma piscina. No entanto, o modelo vitoriano de exibição da fauna exótica permaneceu intacto.

“O mais importante é romper com o modelo de cativeiro e de exibição”, disse Gerardo Biglia, advogado da ONG SinZoo, uma das que mais lutaram pelo fechamento do Zoo. “Um zoológico transmite uma mensagem perversa, sobretudo porque se volta para um público infantil ao qual dizemos que enjaular um ser vivo para o nosso deleite é válido. Acredito que agora vem uma mudança de modelo para a qual já estamos preparados, porque quando se diz às crianças que não é certo prender animais isso lhes parece uma obviedade”, explica Biglia.
elpais

sabedoria


“Estou aqui, mais do que isso não sei.” 
Franz Kafka

linda

iluminando

universe-hands

No Mundo da Ciência, é comum ouvirmos dizer que tudo é energia, o que não seria diferente em nós e para nós.

O artigo trata de uma experiência feita em algas, e com o resultado, a doutora e terapeuta Olivia Bader Lee, sugere que o mesmo pode se aplicar aos humanos.

A equipe de pesquisa da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, fez uma interessante descoberta mostrando que as plantas podem absorver fontes de energias alternativas de outras plantas.

Essa descoberta pode causar um grande impacto no futuro da bioenergia, eventualmente fornecendo a evidência de que pessoas absorvem energias de outras, da mesma maneira.

Membros da pesquisa biológica do Professor Olaf Kruse, confirmaram pela primeira vez que uma planta, Chlamydomonas Reinhardtii, não apenas realiza a fotossíntese, mas também tem uma fonte alternativa de energia, que pode absorver de outras plantas, conforme publicado no site Nature.com.

As flores precisam de água e luz para crescerem, e as pessoas não são diferentes.

Nossos corpos físicos são como esponjas, absorvendo o ambiente a nossa volta.

É exatamente por isso que há pessoas que se sentem desconfortáveis onde há um certo grupo com mistura de energias e emoções”, disse a psicóloga e terapeuta Dr. Olivia Bader Lee.

Plantas produzem a fotossíntese a partir do dióxido de carbono, água e luz. Em uma série de experimentos, Professor Ola Kruse e sua equipe, cultivaram a alga microscopicamente pequena, Chlamydomonas Reinhardtii, e observaram que quando expostas à falta de energia, essas plantas de células únicas podem absorver energia de vegetais ao redor.


A alga ‘digere’ as enzimas de celulose, tornando-as pequenos componentes de açúcar, sendo então transportados para células e transformados em fontes de energia.

Essa é a primeira vez que esse comportamento é confirmado em um organismo vegetal. Essas algas poderem digerir a celulose, contradiz todos os livros anteriores. Até certo ponto, o que estamos vendo é plantas se alimentando de plantas”, diz  Professor Kruse.

plantas-maos-To-no-Cosmos

Dr. Bader Lee diz que quando os estudos sobre energia se tornarem mais avançados nos próximos anos, nós poderemos ver toda essa ação sendo traduzida também para os seres humanos e complementa: “O organismo humano é bastante similar à uma planta, que suga, absorve a energia necessária para alimentar seu estado emocional, e isso pode energizar as células ou causar o aumento de cortisol e catabolizar, alimentar as células dependendo da necessidade emocional.

Finalizando, Dr. Bader fala da conexão do homem com a natureza, que se perdeu durante os anos mas que está se reencontrando novamente, afirmando que o ser humano pode absorver e curar através de outros seres humanos, animais e qualquer parte da natureza. É por isso que estar perto da natureza é frequentemente tonificante, curativo e energizante para tantas pessoas.

Ao contrário do que pensam muitos ‘cientistas’ da idade moderna, que clamam conhecer tudo, se existe o Mundo Espiritual, ele não é separado da Ciência, e sim separado da ciência reduzida do homem.

Por conta de inúmeros relatos de pessoas com capacidades ‘paranormais’ para o padrão moderno do mundo, pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, conduziram um estudo sobre o fato de pessoas que afirmam verem a aura de outras, conforme publicado no site MedicalXpress.

O fenômeno neuropsicológico ‘Synesthesia’, é uma condição na qual um padrão cognitivo leva a outro, misturando seus sentidos. Dessa maneira, as pessoas que possuem essa capacidade, podem ver ou até mesmo sentir o som, ouvir um cheiro, ou associar pessoas a um tipo de cor ou música.

Vemos que não se trata apenas de uma suposição, mas algo sendo descoberto pelos cientistas e afirmado por outros, o que há milênios se sabia nas culturas orientais, por exemplo.

Sendo assim, o nosso campo áurico pode tanto afetar quanto ser afetado não só por pessoas ao nosso redor, mas também por objetos, já que conforme afirma a Ciência, tudo é energia.
tonocosmos

grafiticante


By Destroy

plante

Pesquisas comprovam a importância da vegetação na produção de água

060803

Ilustração da pesquisa realizada por Maurício Ranzini


Trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Florestal (IF) comprovam, de forma inequívoca, que a presença de cobertura florestal em bacias hidrográficas promove a regularização do regime de rios e a melhora na qualidade da água. Daí a importância do Programa Nascentes, desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo, que tem o objetivo de promover a restauração de 20 mil hectares de matas ciliares.

Os pesquisadores científicos da Seção de Engenharia Florestal, do IF, Valdir de Cicco, Francisco Arcova e Maurício Ranzini, embasaram suas teses de doutorado em pesquisas sobre a relação entre a floresta e a água, elucidando dúvidas e provando com números as suas proposições.

Maurício Ranzini, também engenheiro florestal, doutor em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP de São Carlos, no IF desde 2005, lembra que o laboratório constitui-se em uma referência quando se trata de hidrologia florestal. Tanto é que, todos os anos, recebe dezenas de alunos de diversas universidades brasileiras e de outros países em cursos ministrados pelos pesquisadores do IF.

Os pesquisadores dizem que as pesquisas realizadas em Cunha estimam o valor de  18% de interceptação. O restante da água alcança o solo florestal por meio de gotejamento de folhas e ramos ou escoando pelo tronco de árvores. No solo, a água infiltra-se ou é armazenada em depressões, não ocorrendo o escoamento superficial para as partes mais baixas do terreno, como aconteceria em uma área desprovida de floresta.

Uma parcela da água infiltrada contribui para a formação de um rio por meio do escoamento subsuperficial, e outra, é absorvida pelas raízes e volta para a atmosfera pela transpiração das plantas. “A interceptação e a transpiração, ou a evapotranspiração, fazem a água da chuva voltar para a atmosfera não contribuindo para aumentar a vazão de um rio.”

Em florestas tropicais, a evapotranspiração varia de 50% a 78% da precipitação anual. Na pesquisa realizada em Cunha, esse número é de aproximadamente 30%. Os pesquisadores explicam que o remanescente da água infiltrada movimenta-se em profundidade e é armazenado nas camadas internas do solo e na região das rochas, alimentando os cursos de água pelo escoamento de base, isto é, do subsolo onde se localizam os lençóis freáticos.

Embora os processos que determinam os fluxos de água sejam semelhantes para as diferentes formações florestais, a magnitude desses processos, que depende das características da floresta, da bacia hidrográfica e do clima, influencia a relação floresta-produção de água (escoamento total do rio). Em florestas tropicais, a produção hídrica nas microbacias varia de 22% a 50% da precipitação. “Em Cunha, onde a evapotranspiração anual da Mata Atlântica é da ordem de apenas 30%, a produção de água pela microbacia é de notáveis 70% da precipitação”, afirma Francisco.

Esse mecanismo, em que a água percola o solo e alimenta gradualmente o lençol freático, possibilita que um rio tenha vazão regular ao longo do ano, inclusive nos períodos de estiagem. Nas microbacias recobertas com mata atlântica em Cunha, o escoamento de base é responsável por cerca de 80% de toda a água escoada pelo rio, fato que proporciona a elas um regime sustentável de produção hídrica ao longo de todo o ano.

Ao contrário, em uma bacia sem a proteção florestal, a infiltração da água da chuva no solo é menor para alimentar os lençóis freáticos. O escoamento superficial torna-se intenso fazendo com que a água da chuva atinja rapidamente a calha do rio, provocando inundações. E, nos períodos de estiagem, o corpo-d’água vai minguando, podendo até secar.

Um outro fator drástico é que, enquanto nas bacias florestadas, a erosão do solo ocorre a taxas naturais, pois o material orgânico depositado no piso impedem o impacto direto das gotas de chuva na superfície do solo, nas áreas desprovidas de vegetação há um intenso processo de carreamento de material para a calha do rio aumentando a turbidez e o assoreamento dos rios.

Segundo Maurício, na microbacia recoberta com Mata Atlântica em Cunha, a perda de solo no rio é da ordem de 162 kg/hectare/ano. “Esse valor é muito inferior à perda de solo registrada para o estado de São Paulo, que varia de 6,6 a 41,5 t/hectare/ano, dependendo da cultura agrícola, algo como 12 toneladas num campo de milho, 12,4 toneladas numa área de cana-de-açúcar, chegando a até 38,1 toneladas numa plantação de feijão”, informa em tom de alerta.

A floresta representa muitos outros benefícios para os sistemas hídricos. Contribui, por exemplo, para o equilíbrio térmico da água, reduzindo os extremos de temperatura e mantendo a oxigenação do meio aquático. Promove, ainda, a absorção de nutrientes pelas árvores, arbustos e plantas herbáceas evitando a lixiviação excessiva dos sais minerais do solo para o rio.

100 preconceitos


Estamos em 2016, 128 anos pós Lei Áurea.
Há alguns meses cinco garotos foram brutalmente fuzilados, o que motivou a escrever este texto. Esta semana um garoto de 10 anos foi assassinado. Todos os dias eles são executados. Todos os dias. E o que tem em comum?
A negritude.
Estou a parir meu filho preto.
Na maca onde a enfermeira impaciente empurra minha barriga. Me livro da dor pensando em seu futuro. De uniforme e banho tomado ele desce a ladeira:
– Cuidado ao atravessar a rua! (Ele olha pra trás e sorri)
– Não esquece a merendeira hein filho? – Tá mãe!!
– Esteja bem vestido (para não te confundirem … com ladrão).
– Não erga a cabeça pro polícia. 
Vou franzindo a testa e abaixo o tom de voz:
– Ande com carteira de Trabalho no bolso e apresente-a sempre que abordado.
– Se quiser ter o cabelo colorido, será confundido com bandido. Se quiser homenagear seus ancestrais e fazer dreads e penteados, será chamado de vagabundo.
– Você poderá apanhar na cara – Por que mãe? Porque sim, Não revide
– Você sofrerá revistas vexatórias todas as semanas da sua vida. Porque sim.
– Você será chamado de macaco, “esse preto”, “de cor”.
– Não ande em grupos pra não ser confundido com arrastão.
– Estude filho, vão falar que as cotas o salvou, que é incapaz. Não dê ouvidos à eles.
– Se você se esforçar muito no trabalho, será chamado de “moreninho até que esforçado” e mesmo que te explorem e expurguem, e que seu salário seja menor que o de todos – usarão seu exemplo, pra justificar a Meritocracia canalha que nos imputam.
– Em qualquer furto na empresa você é o suspeito, filho. Sim.
– Você será mal visto o resto da sua vida na família da sua namorada branca. Porque sim também…
Sua mãe vai sofrer violência obstétrica no hospital. Porque é preta. Você vai nascer na contramão da vida. Porque alguma igreja um dia disse que não tínhamos alma.
Que nossa cultura era inferior, e mediram nossos dentes e nossas canelas. E nos deram um terço pra tentarmos nos redimir de termos nascido nessa cor.
Quando acharam oportuno, vestiram nossos turbantes e se apropriaram da nossa capoeira. Quando não nos queriam mais, nos forjaram “livres” na Lei do sexagenário. E então fomos expulsos da escravidão para a escravidão real.
Aqui estamos. Somos a história dos centros urbanos, filho. Fomos expulsos do modelo de cidade e do convívio entre pessoas. Nunca fomos pessoas.
Da periferia pra periferia seguimos, expurgados.
Não nos perguntaram onde construímos nossa vida, nossa raiz. Somos sem estória. A cada despejo fomos para a região metropolitana que nos colocavam. Em cada plano de habitação que meia dúzia de engomados brancos escreveram, fomos encaixotados nos predinhos de 40m². Bem longe. Longe dos olhos dos gringos.
Taparam nossas casas com tapumes pra Copa do Mundo. Botaram camburão na nossa quebrada, pra nos lembrar que desde “o fim” da escravidão, não sabem o que fazer pra tampar nossa existência.
Vão te dizer que mesmo em Estado de Sítio, você tem direito à ir e vir no seu país (que seus ascendentes construíram lajota por lajota.. paralelepípedo por paralelepípedo).
Mas você será executado à luz do dia filho. Na porta de casa. E eu vou lavar seu sangue.
Você será metralhado, “confundido”. Você e seus amigos pretos. Porque sim. Porque fazem parte da parcela da população que tem que ter regras pra estar vivo. Que é achincalhado desde o nascimento.
Nos exterminarão todos os dias, todos os dias “um crime isolado”.
E jogarão a culpa no policial noiado, no indivíduo sob pressão, na legítima defesa. A sociedade não reconhecerá que são todos cúmplices da sua morte.
Eles estão certos, agem em “legítima defesa”. Te avisei pra não sair sem a carteira de trabalho filho. Aliás, nem deu tempo de mostrar né? Te avisei pra não encarar o polícia…. Também não precisou. É, não deu tempo.
Vamos entrar pra estatística filho.
Eles só têm a televisão. Só tem a visão longínqua e deturpada do que somos. Eles desligarão a TV quando incomodar. Eles não sabem de mim, nem de você.
Só mais uma mulher sozinha parindo sob violência.
Só mais um preto metralhado. O Deus branco que nos perdoe, somos sem alma.
___________________________________________________________
Luara Colpa
 é brasileira, tem 28 anos. É mulher em um país patriarcal e oligárquico. Feminista e militante por conseguinte. Estuda Direito do Trabalhador e o que sente, escreve. 
negrobelchior

campos urbanos

imaginarium


by Mikhail Vyrtsev

convite

noticia boa

Rolinha-do-planalto

Uma espécie rara de ave que cientistas consideravam extinta foi redescoberta graças a um encontro fortuito entre um ornitólogo brasileiro e o pássaro no interior de Minas Gerais, Brasil.

Há 75 anos, a ave não era avistada na natureza. Desde 1941, a Columbina cyanopis, ou Rolinha-do-planalto, como é chamada no Brasil, só podia ser apreciada por meio de espécimes preservadas em museus.

Isso começou a mudar depois de um lance de sorte vivido pelo ornitólogo Rafael Bessa, que, em julho de 2015, estava em uma região do interior mineiro (que está sendo mantida em segredo por razões explicadas mais abaixo) para fazer um estudo para licenciamento ambiental.

O pesquisador havia decidido pegar um atalho no caminho entre seu hotel e o local onde realizaria seu trabalho. Na rota, decidiu parar em um certo ponto para apreciar e fotografar a vista. Foi quando ouviu sons de um animal que não reconheceu.

Bessa voltou ao local no dia seguinte para registrar o canto do animal e, ao reproduzir a gravação, atraiu em sua direção um pássaro, que pousou em um arbusto a alguns metros de distância.
"Olhei pelo binóculo, e minhas pernas começaram a tremer. Sabia que tinha um verdadeiro fantasma na minha frente. Foi um momento de muita emoção, indescritível. Estava muito feliz e nervoso ao mesmo tempo", diz Bessa.


"Só pensava em documentar e aproveitar o momento. Até então, não sabíamos absolutamente nada sobre a espécie, e aqueles poucos minutos de observação poderiam significar muito para a conservação da Rolinha."

Rolinha-do-planalto

Raridade

Bessa explica que a Rolinha-do-planalto sempre foi considerada uma espécie rara e dificilmente era avistada mesmo quando seu habitat, o cerrado brasileiro, ainda era bastante preservado, até meados da década de 1950.

"Até então, não se entendia o por quê dessa raridade, e o pouco que sabemos hoje não nos permite ter certeza do motivo, mas acreditamos que a espécie ocorre em uma fisionomia de cerrado muito específica e também rara", diz o ornitólogo.

"Soma-se a isto o fato do cerrado ser um dos ecossistemas brasileiros que mais perdeu área para a agricultura e pecuária nas últimas décadas, fato que certamente contribuiu para sua atual raridade."

Desde que o primeiro exemplar foi identificado por Bessa, 12 Rolinhas-do-planalto foram ao todo avistadas por pesquisadores, com o apoio da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Observatório de Aves do Instituto Butantan e a ONG Rainforest Trust.


A ave possui uma plumagem de coloração predominantemente castanho-avermelhada e é bem menor do que outras rolinhas. A espécie ainda chama atenção por seus olhos azulados e manchas da mesma cor nas asas.

Rolinha-do-planalto

Conservação

Agora, cientistas trabalham para traçar planos de conservação da espécie, o que implica em proteger a área onde foi encontrada, além de compreender suas características e o que necessita para sobreviver.

Até que o plano seja concluído, o local onde os espécimes foram achados e seu canto não serão divulgados, para evitar um grande fluxo de observadores de pássaros para a região, o que poderia afugentar o animal.

"No momento, sabemos da existência de 12 exemplares, o que é um número muito baixo para garantir a conservação de qualquer espécie. Já realizamos expedições em busca de novas populações, mas até o momento não obtivemos êxito", afirma Bessa.

O ornitólogo diz que a redescoberta da Columbina cyanopis em uma área remota do Brasil, em meio a um ambiente frágil e raro, serve como um "exemplo de como conhecemos pouco sobre nossa biodiversidade".

"Existem ainda pelo menos uma dezena de espécies que estão desaparecidas há mais de dez anos e que correm o risco de serem extintas em um curto espaço de tempo", afirma Bessa.

Ele faz críticas ao que considera uma tentativa de fragilizar a legislação ambiental do país para favorecer a criação de empreendimentos comerciais.

"Um empreendimento de pequeno porte na área onde vive a rolinha seria suficiente para destruir o ambiente onde encontram-se os únicos 12 indivíduos que temos notícia dessa espécie nos últimos 75 anos", afirma Bessa.


"Garantir a conservação da Columbina nessa área especial ajudará não só a Rolinha-do-planalto, mas também muitas outras espécies de animais ameaçadas de extinção que ocorrem em seu ambiente."
bbc

grafiticante


"An Enduring Spell" by El Mac 
Universidade da California / San Diego / EUA

não corta mais

noruega

A Noruega se tornou o primeiro país do mundo a se comprometer com o fim desmatamento em todo o território nacional.

O governo proibiu o corte de árvores e baniu a compra e a produção de qualquer matéria-prima que contribua para a destruição de florestas no mundo. O Parlamento também se responsabilizou em encontrar uma maneira de fornecer alguns produtos essenciais, como carne, soja, madeira e óleo de palma, sem causar impactos no ecossistema.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), esses quatros produtos são responsáveis por quase metade do desmatamento das florestas tropicais do planeta.

A Noruega é a primeira nação a botar em prática a promessa feita junto à Alemanha e à Grã-Bretanha – na Cúpula do Clima da ONU, em 2014 – para promover esforços significativos contra cadeias de produção que gerem corte de árvores.

Não é a primeira vez que o país escandinavo toma uma atitude pioneira em favor da proteção do meio-ambiente.

Segundo a rede CNN, em 2008, a Noruega deu ao Brasil 1 bilhão de dólares (mais de 3 bilhões de reais) para ajudar a combater o desmatamento na Amazônia e a situação foi reduzida em 75% em sete anos.

Além disso, o país está no processo de restringir as vendas de carros movidos à gasolina até 2025.
Só Notícia Boa

verdade

doe vida


noticia ótima



Tenho claro em minha mente que todos os pássaros têm os direitos fundamentais de voar nos céus e que os seres humanos não têm o direito de mantê-los presos em gaiolas para satisfazer os seus propósitos egoístas ou o que quer que seja”, declarou o Juiz Manmohan Singh.

A decisão foi tomada em relação a um caso no qual diversos pássaros foram resgatados de um homem chamado Md Mohazzim, que afirmava ser tutor dos animais mas a ONG People for Animals indicou que ele mantinha-os em pequenas gaiolas e vendia-os para obter lucro. Após as aves terem sido capturadas, o tribunal de primeira instância devolveu os pássaros para Mohazzim, levando a ONG a apelar da decisão em uma instância superior.

O outro tribunal emitiu a decisão, comentando que “esta corte tem a opinião de que realizar o comércio de pássaros é uma violação aos seus direitos. Eles merecem compaixão. Ninguém está se importando se eles foram vítimas de crueldade ou não, apesar de uma lei que diz que as aves têm o direito fundamental de voar e não podem ser engaiolados, e terão de ser soltos no céu. Pássaros têm direitos fundamentais que incluem o direito de viver com dignidade e não podem ser submetidos à crueldade por ninguém, incluindo a reivindicação feita pelo respondente (Mohazzim)”.

As autoridades de Nova Delhi, bem como Mohazzim, foram notificados sobre a decisão do tribunal e a sua resposta é solicitada até dia 28 de maio.

Esta não é a primeira vez que a Índia age no sentido de reconhecer os animais como seres sencientes com direitos fundamentais. O tribunal superior do país baniu os shows com golfinhos cativos em 2013, argumentando que eles têm um alto nível de inteligência que possibilita considerá-los “pessoas não humanas”. A produção de cosméticos testados em animais, o sacrifício de animais em rituais religiosos, o foie gras e as rinhas de cães também são proibidos no país, a fim de proteger os direitos básicos dos animais.
contioutra

coisas de Gaia

pedala

Na Suécia, governo distribui bikes para quem está a fim de deixar o carro em casa
Foto: Jacques Lebleu

As bikes têm ganhado cada vez mais espaço no mundo, inclusive aqui no Brasil. Só em São Paulo são mais de 200 km de faixas dedicadas aos ciclistas. Isso incentiva muita gente a adotar esse meio de transporte e deixar o carro em casa. Mas não é o suficiente! A maior parte da população ainda tem medo e precisa de um pequeno empurrãozinho para testar a alternativa.

Pensando nisso, a cidade de Gothenburg, na Suécia, resolveu distribuir bicicletas para pessoas que mostram o interesse de deixar o carro em casa. O programa funciona assim: você promete que vai se esforçar para utilizar a bike pelo menos três vezes na semana e o governo te empresta a magrela por seis meses, para que a população consiga testar o transporte antes de investir nele — e, cá entre nós, é difícil testar e não adorar!

“Nós acreditamos que a bicicleta tem o potencial de atender as necessidades da maioria das pessoas”, conta Rickard Waern, o gerente do projeto, que contempla 36 pessoas de perfis variados, de estudantes a pais de filhos pequenos. O objetivo é mostrar para a população que é possível quebrar as barreiras e adotar a bike no dia a dia como principal meio de transporte.

“Não sabemos exatamente quanto tempo leva para esquecer hábitos antigos e estabelecer novos, mas seis meses é um bom período para criar um bom impacto e ter boas experiências”, acredita Rickard. Depois de aderir ao programa, os participantes podem ainda comprar a bicicleta com desconto. Isso que é incentivar o uso de magrelas na cidade, não?

thegreenestpost

grafiticante


by Violant  / Santarém / Portugal

bom saber



É fácil de cozinhar, tem proteína e é saboroso.
O ovo é um fiel companheiro do café e do pão no café da manhã em muitos países.

Seus altos índices de proteínas e vitaminas A, D e B12 fazem dele um alimento cheio de nutrientes que costuma ser recomendado por especialistas.

Por outro lado, um de seus principais componentes é a gordura, relacionada ao aumento do colesterol no sangue, o que pode levar a problemas cardíacos.

Portanto a pergunta: é saudável comer ovos todos os dias?

Sem medo
A maioria das pessoas saudáveis pode comer até sete ovos por semana sem que isso aumente o risco de incidência de doenças do coração, escreve o cardiologista Francisco López-Jimenez na página de internet da Clínica Mayo, dos Estados Unidos.

Diversos estudos mostraram que o consumo de um ovo por dia pode até prevenir alguns tipos de infarto, segundo o especialista.

Um estudo de 1999 da Universidade de Harvard, que analisou 115 mil pessoas durante uma década, concluiu que comer um ovo diariamente não levaria a um aumento do colesterol no sangue.

Alguns acreditam que o ovo pode ser a principal fonte de gordura de uma refeição, mas na realidade deveríamos nos preocupar mais com as gorduras saturadas.

Essa advertência foi feita pelo sistema público de saúde da Grã-Bretanha (NHS), que recomenda reduzir o consumo de alimentos como salsicha, presunto, manteiga e óleo - que têm um efeito maior sobre a quantidade de colesterol no sangue do que os ovos.

"Para aqueles que já têm altos índices de colesterol no sangue, o melhor é limitar o consumo de ovos a dois ou três por semana", disse à BBC Mundo a nutricionista Margaret Brown, da clínica Mayo.


Qual é a forma mais saudável de comer ovos?
Já que sabemos que comer um ovo de galinha por dia pode ser considerado benéfico para a saúde - então podemos começar a saborear diariamente um ovo frito com sal, certo?

Não é bem assim. Os diferentes preparos do alimento também transformam o seu impacto para a saúde.



Os ovos pochê são os mais recomendados pelos médicos. Há diferentes formas de cozinhá-los. Uma delas é cozinhá-los sem casca em água muito quente, mas não fervente. O tempo de cozimento não deve exceder quatro minutos.

Mas se seus dotes culinários não estão à altura desta técnica, cozinhar os ovos é a segunda alternativa recomendada, pois desse modo a gema preserva a maioria de seus nutrientes.

Ovos fritos ou mexidos são as maneiras menos recomendadas de consumi-los. Isso porque nessas formas de preparo as gorduras naturais são oxidadas, afirmou à BBC Mundo a especialista em nutrição integrativa Rebecca Eisenmann.
Além disso, fritá-los em óleo aumenta a quantidade de gordura em 50%, segundo o NHS.

Se ainda assim sua preferência são ovos fritos, a nutricionista Margaret Brown recomenda que você adicione à panela o mínimo possível de gordura. Algumas formas de fazer isso são usar óleo de canola ou óleo vegetal em spray.

Que tipo de ovos comprar?
Com a nova moda de comer produtos orgânicos, é válido perguntar se é melhor consumir ovos de galinhas criadas em pequenas granjas ou produzidos de forma industrial.
A opção orgânica é boa, mas tudo depende do orçamento do consumidor, segundo Brown.

"O principal é que o produtor mantenha os ovos livres de germes nos processos de lavagem, embalagem e transporte", disse.
Para Eisenmann, porém, a gema é de melhor qualidade se o animal tiver se alimentado com nutrientes encontrados em área para pasto e tenha ficado em contato com o sol - procedimentos característicos de pequenas granjas.

A clara alimenta da mesma forma que a gema?
A gema concentra a maior quantidade de proteína dos ovos. Mas duas claras contêm quase a mesma quantidade de proteínas de um ovo inteiro, de acordo com Margaret Brown.
"Se você quer limitar seu consumo de colesterol, uma boa alternativa é preparar um omelete de claras", disse ela.

Porém, na clara há uma proteína que pode causar alergias alimentares. Por isso, não é bom abusar do consumo delas.

Os especialistas consultados concordam que apesar do ovo ser uma das mais valiosas fontes de proteína animal, seu consumo deverá ser ajustado às necessidades da dieta de cada pessoa.
bbc